Zurique, uma cidade cosmopolita com habitantes procedentes de 170 países
Legenda da foto: Zurique, uma cidade cosmopolita com habitantes procedentes de 170 países ( Swiss-Image)
Há muito que, em termos de qualidade de vida, as cidades suíças de Zurique, Genebra e Berna figuram entre as mais bem classificadas no mundo.Os três centros suíços beneficiam-se, em particular, de um contexto histórico favorável, dimensões humanas e uma política de desenvolvimento sustentável.
Nenhuma destas três cidades conta com o património histórico de Roma, a modernidade de Nova York, o dinamismo económico de Xangai ou o fascínio cultural de Paris. Mas Zurique, Genebra e Berna oferecem algo mais importante: melhores condições de vida.
De fato, todos os anos, as três aparecem no topo da lista, resutado de pesquisa realizada pela empresa inglesa de consultoria Mercer, que analisa a qualidade de vida em 420 cidades de diferentes partes do mundo. Na última década, Zurique ocupou 7 vezes o primeiro lugar.
O estudo toma por base 39 critérios diferentes, subdivididos em 10 categorias, relacionadas particularmente com a situação política do país (nível de liberdade individual, censura, etc.), o quadro económico (bens de consumo disponíveis, serviços bancários), o contexto social (salubridade, criminalidade, transportes), a possibilidade de ensino, oferta cultural, actividades recreativas, clima, meio ambiente...
Mas será que realmente daria para comparar cidades pequenas do porte de Genebra com metrópoles do tamanho de Londres ou Tóquio ? "Claro que sim! Tomemos, por exemplo, a criminalidade: todos os centros urbanos possuem estatísticas indicando com clareza os riscos para a segurança dos seus habitantes", afirma a responsável pela informação global da Mercer em Genebra, Christa Zihlmann.
Os dados colectados pela Mercer são utilizados principalmente por empresas públicas e privadas para calcular as indemnizações de residência pagas a seus colaboradores no exterior. Em cidades como Viena e Zurique, nos primeiros lugares da classificação, as indenizações serão mínimas ou inexistentes. Já em Bagdá, Dacca ou Bangui - que se acham na parte inferior da lista - as indemnizações atingem os níveis mais elevados.
Mas será que realmente daria para comparar cidades pequenas do porte de Genebra com metrópoles do tamanho de Londres ou Tóquio ? "Claro que sim! Tomemos, por exemplo, a criminalidade: todos os centros urbanos possuem estatísticas indicando com clareza os riscos para a segurança dos seus habitantes", afirma a responsável pela informação global da Mercer em Genebra, Christa Zihlmann.
Os dados colectados pela Mercer são utilizados principalmente por empresas públicas e privadas para calcular as indemnizações de residência pagas a seus colaboradores no exterior. Em cidades como Viena e Zurique, nos primeiros lugares da classificação, as indenizações serão mínimas ou inexistentes. Já em Bagdá, Dacca ou Bangui - que se acham na parte inferior da lista - as indemnizações atingem os níveis mais elevados.
Dimensões favoráveisZurique, Genebra e Berna obtêm óptima pontuação em quase todas as categorias da classificação Mercer, beneficiando-se, particularmente, das condições especiais que caracterizam, há muito tempo, toda a Suíça: estabilidade político-económica e qualidade de infra-estrutura e serviços...
"Entre os pontos fortes das cidades suíças figuram, sem dúvida, a segurança, a inexistência de greves, o alto nível do ensino escolar, a confiabilidade dos hospitais e o bom funcionamento dos serviços públicos e privados: os meios de transportes são pontuais, as remessas postais chegam ao destino, a água de torneira é potável, os telefones e os acessos à Internet funcionam bem", realça Christa Zilhmann.
Em relação às metrópoles concorrentes, Zurique, Genebra e Berna novamente se classificam à frente pois, e apesar de suas reduzidas dimensões, têm grande importância internacional. "Entre outras vantagens, destacam-se certamente a proximidade dos aeroportos, os benefícios das áreas verdes que as cercam, o tráfego rodoviário desobstruído e seus baixos níveis de poluição".
Herança históricaResumidamente, as cidades suíças são áreas de alto valor humanitário. Isso se deve, antes de mais nada, a diversos fatores históricos que impediram, no país, o surgimento de enormes centros urbanos. Acrescente-se que a Suíça nunca foi uma potência imperialista ou colonialista, o federalismo proporcionou certo equilíbrio entre seus grandes centros e a industrialização foi relativamente gradual.
Para melhorar a qualidade da vida, há muitos anos as três cidades realizaram grandes investimentos em vários sectores, como os transportes públicos, as instituições culturais e os parques. "E entre as metas de crescimento estabelecidas, Zurique, por exemplo, não inclui somente seu sucesso económico, mas também o desenvolvimento sustentável nos sectores social e ecológico", lembra a responsável pelo departamento de desenvolvimento da cidade, Brigitte Wehrli-Schindler.
"Zurique já se tornou uma cidade cosmopolita, que oferece a maioria das vantagens de uma metrópole, sem os inconvenientes do gigantismo dos centros urbanos. Dispõe, por exemplo, de uma enorme gama de opções nas áreas da cultura, da gastronomia e do lazer. Nem por isso enfrenta problemas de segurança e de trânsito: aqui, as crianças podem ir sozinhas à escola e voltar, e muitos executivos vão, de bonde, para o trabalho", ressalta ainda Brigitte Wehrli Schindler.
Alto custo de vidaNo entanto, Zurique, Genebra e Berna, reconhece Brigitte Schindler, não são paraísos terrestres. "A outra face da moeda deste sucesso é constituída principalmente pelo alto custo de vida. Isto se nota, em particular, no mercado imobiliário: os alojamentos estão se tornando cada vez mais raros e mais caros".
"É difícil encontrar pontos fracos nos níveis de qualidade de vida, quando comparamos as cidades suíças com os problemas de metrópoles como Moscovo, Lagos ou Calcutá", lembra Christa Zihlmann.
Mas e o que dizer da receptividade, do espírito de acolhida? Os suíços não são conhecidos como um povo simpático e aberto ao mundo. "São, talvez, muito discretos e reservados. Porém, depois de morar 15 anos em Genebra, posso dizer que as pessoas também são acolhedoras e cordiais", responde a colaboradora da inglesa Mercer.
Armando Mombelli, swissinfo.ch
Tradução de J.Gabriel Barbosa